A Participação Social na Erradicação da Pobreza

quarta-feira, 2 de março de 2011

A grande meta anunciada pelo governo da Presidenta Dilma é a erradicação da pobreza.

Compreender que a pobreza é um dos fatores sociais que mais limitam o Brasil a se tornar um país desenvolvido é uma importante análise, apesar de ser parâmetro de um indíce meramente econômico.

A pobreza está ligada a pessoas, seres humanos que vivem em situação de miséria sem comida na mesa e tão pouco com condições de considerar a questão econômica da pobreza.

É extremamente oportuno a erradicação da pobreza estar na pauta do governo federal em um ano que podemos brindar a participação social.

Neste ano, nós, movimentos populares, cidadãos e cidadãs de vários segmentos da sociedade, poderemos dar diretrizes aos governos, através das conferências.

Sem mais delongas, vamos direto ao ponto: O ano das conferências deve ser fator de solidariedade entre a sociedade para que pautemos de forma transversalizada em todas as conferências a erradicação da pobreza como fator emancipatório.

Somente com o exercício direto da democracia, através da participação social é que poderemos juntos, sociedade e estado, garantir políticas públicas que de fato eliminem a fome dos brasileiros.
A condição por nós alcançada de atores sociais, é permitida também, pelo fato de termos o que comer em nossas casas. Convenhamos, quem não come não tem o privilégio de poder pensar em políticas públicas. O estômago não deixa.

Cabe a nós portanto, como seres humanos, nos somarmos a meta do governo federal e debater a erradicação da pobreza em todo e qualquer espaço, em especial naqueles que são de fato espaços de direção política.

E pra finalizar, precisamos dar os recortes necessários à miserabilidade de segmentos historicamente excluídos da sociedade brasileira.

Pobreza é mais que um problema social, é um problema de todos nós seres humanos.

Os desafios do feminino no mundo masculino.

terça-feira, 1 de março de 2011

Vivemos em um mundo masculino. Masculino porque apesar de sermos maioria, nossa maioria ainda fica presa aos afazeres de casa, enquanto o mundo, gira em torno de uma porção de homens que ocupam os mais variados espaços de forma majoritária. Masculino porque são os homens que ocupam a direção política, econômica e social e por isso acham que o mundo pode girar apenas em torno deles.

Este mundo masculino nos reprime e nos ameaça. Para nos afirmarmos, precisamos disputar espaços, ser melhores para nos destacar. Nos disfarçamos para ocupar espaços no mundo masculino.

A relação não é de sexo nem de gênero é de opressão, é de machismo que corrempe valores e detrói o que há de mais sensível entre homens e mulheres, a igualdade.

O mês de março é o “mês” da mulher (até parece que deixamos de ser mulheres nos outros meses), é um período em que as reflexões se aprofundam na busca de iguais condições para homens e mulheres.

Flores, palestras, chás, eventos de auto-estima são atividades frequentes no dito “mês das mulheres”. Oras, auto-estima é poder sermos femininas e feministas sem preconceitos do mundo masculino e machista. Quanto às flores, talvez a melhor homenagem fosse o fim do espancamento de mulheres no Brasil. A quebra de facas que agridem, o amolecimento de mãs que maltratam, o silêncio de palavras que destróem.

Desafios postos, precisamos debater o tema feminismo como mulheres e homens que compreendem que a sociedade só pode ser melhor se as relações em homens e mulheres forem de sensibilidade, de luta e resistência juntos ao modelo capitalista.

Nem melhores nem piores, homens são homens e mulheres são mulheres. Precisamos afeminiar o mundo, dirigir os espaços de forma igual.

O desafio do mês das mulheres é refletirmos com os homens e ousarmos propor significativas mudanças neste mundo masculino. Mudanças que passam por debates e por políticas públicas, mudanças que passam por leis mais rigorosas e por cotas, mudanças que passam por homens e mulheres.


Pedofilia e a submissão financeira da omissão

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Publico orgulhosamente hoje, uma reflexão muito bacana da Sany que é educadora em casa abrigo para crianças e adolescentes em situação de risco.


Pedofilia e a submissão financeira da omissão

 Por Sany Weber

O estatuto da criança e do adolescente criado em 1990, traz como seu principal preceito a proteção integral da criança e do adolescnete. Essa proteção abrange a integridade física, emocional e psicológica. Mas, o que observamos é a violação desse direito.

Cada vez mais, casos de pedofilia e abusos a meninas e meninos ocorrem. Muito se engana, quem pensa que os pedófilos são aqueles que escondem suas identidades atrás do anonimato permitido pela internet. A maioria dos abusos secuais ou psicológicos ocorre dentro das próprias casas dessas crianças e adolescentes.

Pessoas que deveriam proteger e preservar a integridade, acabam usando seus filhos, enteados, netos, sobrinhos para satisfazer seus desejos sexuais. Mesmo sendo uma prática criminalmente e moralmente condenada em nossa sociedade. Vemos poucos abusadores sendo presos. E isso não se deve a famosa lentidão da nossa justiça.
Ocorre principalmente devido a omissão das mães, madrastas, avós e tias que "preferem" fingir que nada está acontecendo. A maioria dessas mulheres também acabam sem denunciar, pois se encontram em total estado de submissão financeira e emocional.

Outro local, no qual os abusos são cometidos é dentro das intituições religiosas. O chefe maior da igreja católica tem aparecido assiduamente nos últimos anos para pedir perdão pelos abusos cometidos embaixo de suas batinas.

Talvez nem ajuda psicológica poderá amenizar ou reverter os traumas gerados. Essas crianças e adolescentes que são ou foram abusados ou molestados, crescerão. Com grandes problemas relacionados ao convívio social e ao desenvolvimento de sua sexualidade.

Encontraremos outros que passsaram do status de abusados para abusadores na fase adulta.

*Sany Weber é historiadora e
educadora social


A Coisa e o BBB - Quando que isso vai acabar? Ah eu não mereço!

domingo, 16 de janeiro de 2011


Décima primeira edição lançada do "big brother brasil". Cada vez mais estão investindo em esteriotipar a diversidade e fazer de bobos os manés que acompanham, assistem as coisas.

Desculpe caro leitor se você não sonsegue ficar sem dar uma "espiadinha" como diz Pedro Bial mas, é lamentável concebermos que seres humanos possam ser enjaulados e assistidos por outros aqui de fora. Animais? oras, a que ponto chegamos.

Menos de duas semanas do início da novelinha baixaria do horário nobre, o big brother já tem seus favoritos, torcida organizada, e ainda, que horror, amigos meus que assistem e torcem...Ah eu não mereço isso. Mas a culpa nem é deles.

A globo sutilmente vem inovando e colocando participantes "diferentes" pra sociedade "ficar ligada". Quem sabe eles sofrerão algum preconceito.

Nada menos que a coisificação do ser humano, isso mesmo, o ser humano sendo tratado como coisa, exposto aos mais ridículos desafios para virar famoso e ganhar dinheiro, e aqui fora, é o mundo globalizado que nos faz tratar as pessoas como coisas e dar audiência a um programa como esse.

Espero que acabe no "11" mas, infelizmente a projeção é que centenas destes programas ainda devam ir ao ar com os animais, ou seres humanos ou coisas que, a gente até pode dizer se quer ou não, que fique no programa.

Quando isso vai acabar? Quando nos tratarmos como seres-humanos.


Cadastro Único: Alguns avanços e muitas necessidades

sábado, 8 de janeiro de 2011

Por Jaque Machado*

Publico hoje mais uma importante reflexão sobre a política de assistência social da amiga Jaqueline

Cadastro Único: Alguns avanços e muitas necessidades

A Política Nacional de Assistência Social - PNAS que muito tem avançado nos últimos anos, especialmente a partir da Implantação e implementação do Sistema único de Assistência  Social – SUAS, dá neste momento mais um passo adiante com a reformulação do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal, mas ainda a muito em que avançar, especialmente no atendimento das demandas de minorias que até este momento não eram/são reconhecidas pelas políticas sociais.

Considerando que o Cad Único configura-se como uma das mais importantes ferramentas para a obtenção de informações sobre as demandas e identificação da realidade social e econômica dos usuários dos serviços da Assistência Social, trago alguns pontos que merecem ser evidenciados e que, a meu ver, deveriam estar presentes na versão 7 do cadastro.

Faço um parêntese para ressaltar que o Cadastro Único não serve meramente para a inclusão das famílias de baixa renda no Programa Bolsa Família, este dá acesso a diversos outros Programas de Assistência Social para famílias com renda de até R$ 1530,00 mensais ou R$ 255,00 per capta, tais como programas habitacionais, Passe Livre interestaduais para idosos não aposentados, entre outros.

Voltando a nova versão do Cad único, quero destacar aqui o importante avanço  na inclusão no questionário de informações especificas sobre as famílias e comunidades tradicionais indígenas e quilombolas, apesar de ainda não possibilitar o recebimento de benefícios de transferência de renda, pelo menos essas famílias serão identificadas e suas demandas incluídas nos mapas da Assistência. 

Destaco ainda a possibilidade de cadastramento de pessoas em situação de rua que até então a política de assistência ofertada a estes indivíduos não passava do fornecimento de passagens.

Mas ainda existem pontos importantes e grupos que se quer foram mencionados no cadastro e que são demandas cada vez mais emergentes para a Assistência Social. O cadastro não reconhece os usuários homossexuais, tão pouco menciona os casais de mesmo sexo. Ora, a família contemporânea trás consigo esta configuração e a PNAS deve ser a primeira a identificar quem são e onde estão estas famílias ou mesmo as famílias que possuem em sua composição membros com orientação sexual homoafetiva.

A reforma agrária e as questões relacionadas a terra também não estão presentes. Desta forma, as famílias acampadas ou assentadas não são reconhecidas a partir de suas condições especificas.

Outro ponto que precisa ser reavaliado é o que diz respeito as denominações utilizadas, pois alguns termos utilizados podem reproduzir posturas preconceituosas que a muito vem sendo discutidas, como por exemplo utilização do termo cor ao invés de etnia.

Se o objetivo principal do cadastro é mais do que meramente distribuir renda a       través do Programa Bolsa Família que é sim de fundamental importância para o avanço da política social brasileira, mas que não pode reduzir-se a isso. Todas as especificidades de todas as minorias devem ser conhecidas e reconhecidas.

*Jaque Machado é Assistente Social
e militante da Democracia Socialista

Já vi esse filme antes! Ex - esposo assassina mulher em Toledo

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Dias depois de ter publicado aqui neste blog, uma não tão aprofundada discussão sobre feminicídios, rementendo minha reflexão a uma análise do que foi 2010, temos registrado hoje pela manhã, em Toledo, cidadezinha do "velho oeste", um assustador assassinato.

Assustador pra mim. Me parece que a mídia toledana e demais homens da sociedade, preferem tratar esse homícidio como mais um. 
Há pouco tempo, ocorreu aqui mesmo, o assassinato de uma professora, por seu também "ex". Algo de errado está acontecendo em Toledo.

Primeiro porque, não se trata como disse em publicação anterior de simples crime mas, são sim, crimes relacionados a questões de gênero, que, asseguram ao gênero mais "forte", o masculino, a possibilidade de matar por "amor" ou "ciúmes".

Segundo porque, a sociedade ficar apática diante de um crime que matou uma mãe de três filhos, mulher, trabalhadora, é ainda mais assustador que o próprio assassinato.

E ainda a administração pública municipal, demonstra que política pública para as mulheres se resumem a "casamento coletivo". Oras Prefeito! Casar pra que? Se quando no momento da separação seremos vítimas de monstruosos assassinatos.

Precisamos pensar em políticas públicas que deêm fim ao machismo incutido nessas ações que de passionais nada têm!

Somos Jovens no Presente por Jaque Machado*

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

A publicação de hoje é a reprodução de um belíssimo ensaio, escrito pela amiga Jaqueline

Somos Jovens no Presente
A nostalgia tomou conta dos nossos velhos guerreiros da militância, e agora a grande maioria das falas realizadas em torno da juventude vem carregadas de um saudosismo descontrolado. Falam dos jovens no passado como se não estivéssemos aqui, nesses tempos de grandes transformações. Falam de uma retomada de consciência, falam de nos ensinar a militar

Já é hora de entender que a juventude de outrora não existe mais, estamos em outros pontos. Isso não significa dizer que deixamos de acreditar e lutar pela construção de uma sociedade para todos e todas. Acreditamos e vamos construir esse novo mundo, mas as nossas armas são outras.

A juventude contemporânea pode não estar mais nas ruas empunhando bandeiras e entoando gritos de ordens mas está inserida e fazendo grandes transformações e diversos outros campos. Falo aqui da juventude que faz o debate nas redes sociais, nas universidades e em outros espaços que até pouco tempo não estavam ocupados pela militância. Os jovem de hoje defendem as causas LGBT, debatem feminismo, Políticas Públicas com muita qualidade e comprometimento político e ideológico sem nunca se distanciar da defesas das bandeiras da Classe Trabalhadora.

Os jovens de antes acreditavam em construir uma sociedade que estamos construindo hoje. É certo que não podemos ser demagogos e dizermos que não enfrentamos dificuldades e que a juventude é coesa e participativa. Mas não podemos desconsiderar o momento em que vivemos. Momento este de grandes inquietudes que nos leva a questionar constantemente as nossas práticas e posicionamentos políticos e ideológico onde boa parte da juventude é vitimizada pelos mais diversos tipos de preconceitos, sejam eles étnicos, sexuais, culturais e sociais, mas mesmo assim estamos aqui, estamos em movimento, construindo, mesmo que lentamente e timidamente uma nova sociedade baseada no socialismo e na democracia. 
 
O que quero dizer nesse breve ensaio, é que a juventude está presente de forma efetiva, inserida e debatendo organicamente trazendo consigo uma autonomia muito pertinente. Empunhando as mesmas bandeiras em um outro tempo, de uma outra forma. Uma tentativa de resgate dos jovens de outro momento é retrocesseder, é desconsiderar a luta e o empenho do envolvimento dos jovens que aqui estão. Temos total compreensão e por muitas vezes também lamentamos o desinteresse de nossos companheiros de época pelos debates políticos, pela luta ideológica, mas nem por isso deixamos de intervir, nem por isso deixamos de fazer história, nós jovens estamos aqui e somos tempo presente. 

*Jaque Machado é Assistente Social e 
militande da Democracia Socialista