Pedofilia e a submissão financeira da omissão

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Publico orgulhosamente hoje, uma reflexão muito bacana da Sany que é educadora em casa abrigo para crianças e adolescentes em situação de risco.


Pedofilia e a submissão financeira da omissão

 Por Sany Weber

O estatuto da criança e do adolescente criado em 1990, traz como seu principal preceito a proteção integral da criança e do adolescnete. Essa proteção abrange a integridade física, emocional e psicológica. Mas, o que observamos é a violação desse direito.

Cada vez mais, casos de pedofilia e abusos a meninas e meninos ocorrem. Muito se engana, quem pensa que os pedófilos são aqueles que escondem suas identidades atrás do anonimato permitido pela internet. A maioria dos abusos secuais ou psicológicos ocorre dentro das próprias casas dessas crianças e adolescentes.

Pessoas que deveriam proteger e preservar a integridade, acabam usando seus filhos, enteados, netos, sobrinhos para satisfazer seus desejos sexuais. Mesmo sendo uma prática criminalmente e moralmente condenada em nossa sociedade. Vemos poucos abusadores sendo presos. E isso não se deve a famosa lentidão da nossa justiça.
Ocorre principalmente devido a omissão das mães, madrastas, avós e tias que "preferem" fingir que nada está acontecendo. A maioria dessas mulheres também acabam sem denunciar, pois se encontram em total estado de submissão financeira e emocional.

Outro local, no qual os abusos são cometidos é dentro das intituições religiosas. O chefe maior da igreja católica tem aparecido assiduamente nos últimos anos para pedir perdão pelos abusos cometidos embaixo de suas batinas.

Talvez nem ajuda psicológica poderá amenizar ou reverter os traumas gerados. Essas crianças e adolescentes que são ou foram abusados ou molestados, crescerão. Com grandes problemas relacionados ao convívio social e ao desenvolvimento de sua sexualidade.

Encontraremos outros que passsaram do status de abusados para abusadores na fase adulta.

*Sany Weber é historiadora e
educadora social


A Coisa e o BBB - Quando que isso vai acabar? Ah eu não mereço!

domingo, 16 de janeiro de 2011


Décima primeira edição lançada do "big brother brasil". Cada vez mais estão investindo em esteriotipar a diversidade e fazer de bobos os manés que acompanham, assistem as coisas.

Desculpe caro leitor se você não sonsegue ficar sem dar uma "espiadinha" como diz Pedro Bial mas, é lamentável concebermos que seres humanos possam ser enjaulados e assistidos por outros aqui de fora. Animais? oras, a que ponto chegamos.

Menos de duas semanas do início da novelinha baixaria do horário nobre, o big brother já tem seus favoritos, torcida organizada, e ainda, que horror, amigos meus que assistem e torcem...Ah eu não mereço isso. Mas a culpa nem é deles.

A globo sutilmente vem inovando e colocando participantes "diferentes" pra sociedade "ficar ligada". Quem sabe eles sofrerão algum preconceito.

Nada menos que a coisificação do ser humano, isso mesmo, o ser humano sendo tratado como coisa, exposto aos mais ridículos desafios para virar famoso e ganhar dinheiro, e aqui fora, é o mundo globalizado que nos faz tratar as pessoas como coisas e dar audiência a um programa como esse.

Espero que acabe no "11" mas, infelizmente a projeção é que centenas destes programas ainda devam ir ao ar com os animais, ou seres humanos ou coisas que, a gente até pode dizer se quer ou não, que fique no programa.

Quando isso vai acabar? Quando nos tratarmos como seres-humanos.


Cadastro Único: Alguns avanços e muitas necessidades

sábado, 8 de janeiro de 2011

Por Jaque Machado*

Publico hoje mais uma importante reflexão sobre a política de assistência social da amiga Jaqueline

Cadastro Único: Alguns avanços e muitas necessidades

A Política Nacional de Assistência Social - PNAS que muito tem avançado nos últimos anos, especialmente a partir da Implantação e implementação do Sistema único de Assistência  Social – SUAS, dá neste momento mais um passo adiante com a reformulação do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal, mas ainda a muito em que avançar, especialmente no atendimento das demandas de minorias que até este momento não eram/são reconhecidas pelas políticas sociais.

Considerando que o Cad Único configura-se como uma das mais importantes ferramentas para a obtenção de informações sobre as demandas e identificação da realidade social e econômica dos usuários dos serviços da Assistência Social, trago alguns pontos que merecem ser evidenciados e que, a meu ver, deveriam estar presentes na versão 7 do cadastro.

Faço um parêntese para ressaltar que o Cadastro Único não serve meramente para a inclusão das famílias de baixa renda no Programa Bolsa Família, este dá acesso a diversos outros Programas de Assistência Social para famílias com renda de até R$ 1530,00 mensais ou R$ 255,00 per capta, tais como programas habitacionais, Passe Livre interestaduais para idosos não aposentados, entre outros.

Voltando a nova versão do Cad único, quero destacar aqui o importante avanço  na inclusão no questionário de informações especificas sobre as famílias e comunidades tradicionais indígenas e quilombolas, apesar de ainda não possibilitar o recebimento de benefícios de transferência de renda, pelo menos essas famílias serão identificadas e suas demandas incluídas nos mapas da Assistência. 

Destaco ainda a possibilidade de cadastramento de pessoas em situação de rua que até então a política de assistência ofertada a estes indivíduos não passava do fornecimento de passagens.

Mas ainda existem pontos importantes e grupos que se quer foram mencionados no cadastro e que são demandas cada vez mais emergentes para a Assistência Social. O cadastro não reconhece os usuários homossexuais, tão pouco menciona os casais de mesmo sexo. Ora, a família contemporânea trás consigo esta configuração e a PNAS deve ser a primeira a identificar quem são e onde estão estas famílias ou mesmo as famílias que possuem em sua composição membros com orientação sexual homoafetiva.

A reforma agrária e as questões relacionadas a terra também não estão presentes. Desta forma, as famílias acampadas ou assentadas não são reconhecidas a partir de suas condições especificas.

Outro ponto que precisa ser reavaliado é o que diz respeito as denominações utilizadas, pois alguns termos utilizados podem reproduzir posturas preconceituosas que a muito vem sendo discutidas, como por exemplo utilização do termo cor ao invés de etnia.

Se o objetivo principal do cadastro é mais do que meramente distribuir renda a       través do Programa Bolsa Família que é sim de fundamental importância para o avanço da política social brasileira, mas que não pode reduzir-se a isso. Todas as especificidades de todas as minorias devem ser conhecidas e reconhecidas.

*Jaque Machado é Assistente Social
e militante da Democracia Socialista

Já vi esse filme antes! Ex - esposo assassina mulher em Toledo

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Dias depois de ter publicado aqui neste blog, uma não tão aprofundada discussão sobre feminicídios, rementendo minha reflexão a uma análise do que foi 2010, temos registrado hoje pela manhã, em Toledo, cidadezinha do "velho oeste", um assustador assassinato.

Assustador pra mim. Me parece que a mídia toledana e demais homens da sociedade, preferem tratar esse homícidio como mais um. 
Há pouco tempo, ocorreu aqui mesmo, o assassinato de uma professora, por seu também "ex". Algo de errado está acontecendo em Toledo.

Primeiro porque, não se trata como disse em publicação anterior de simples crime mas, são sim, crimes relacionados a questões de gênero, que, asseguram ao gênero mais "forte", o masculino, a possibilidade de matar por "amor" ou "ciúmes".

Segundo porque, a sociedade ficar apática diante de um crime que matou uma mãe de três filhos, mulher, trabalhadora, é ainda mais assustador que o próprio assassinato.

E ainda a administração pública municipal, demonstra que política pública para as mulheres se resumem a "casamento coletivo". Oras Prefeito! Casar pra que? Se quando no momento da separação seremos vítimas de monstruosos assassinatos.

Precisamos pensar em políticas públicas que deêm fim ao machismo incutido nessas ações que de passionais nada têm!

Somos Jovens no Presente por Jaque Machado*

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

A publicação de hoje é a reprodução de um belíssimo ensaio, escrito pela amiga Jaqueline

Somos Jovens no Presente
A nostalgia tomou conta dos nossos velhos guerreiros da militância, e agora a grande maioria das falas realizadas em torno da juventude vem carregadas de um saudosismo descontrolado. Falam dos jovens no passado como se não estivéssemos aqui, nesses tempos de grandes transformações. Falam de uma retomada de consciência, falam de nos ensinar a militar

Já é hora de entender que a juventude de outrora não existe mais, estamos em outros pontos. Isso não significa dizer que deixamos de acreditar e lutar pela construção de uma sociedade para todos e todas. Acreditamos e vamos construir esse novo mundo, mas as nossas armas são outras.

A juventude contemporânea pode não estar mais nas ruas empunhando bandeiras e entoando gritos de ordens mas está inserida e fazendo grandes transformações e diversos outros campos. Falo aqui da juventude que faz o debate nas redes sociais, nas universidades e em outros espaços que até pouco tempo não estavam ocupados pela militância. Os jovem de hoje defendem as causas LGBT, debatem feminismo, Políticas Públicas com muita qualidade e comprometimento político e ideológico sem nunca se distanciar da defesas das bandeiras da Classe Trabalhadora.

Os jovens de antes acreditavam em construir uma sociedade que estamos construindo hoje. É certo que não podemos ser demagogos e dizermos que não enfrentamos dificuldades e que a juventude é coesa e participativa. Mas não podemos desconsiderar o momento em que vivemos. Momento este de grandes inquietudes que nos leva a questionar constantemente as nossas práticas e posicionamentos políticos e ideológico onde boa parte da juventude é vitimizada pelos mais diversos tipos de preconceitos, sejam eles étnicos, sexuais, culturais e sociais, mas mesmo assim estamos aqui, estamos em movimento, construindo, mesmo que lentamente e timidamente uma nova sociedade baseada no socialismo e na democracia. 
 
O que quero dizer nesse breve ensaio, é que a juventude está presente de forma efetiva, inserida e debatendo organicamente trazendo consigo uma autonomia muito pertinente. Empunhando as mesmas bandeiras em um outro tempo, de uma outra forma. Uma tentativa de resgate dos jovens de outro momento é retrocesseder, é desconsiderar a luta e o empenho do envolvimento dos jovens que aqui estão. Temos total compreensão e por muitas vezes também lamentamos o desinteresse de nossos companheiros de época pelos debates políticos, pela luta ideológica, mas nem por isso deixamos de intervir, nem por isso deixamos de fazer história, nós jovens estamos aqui e somos tempo presente. 

*Jaque Machado é Assistente Social e 
militande da Democracia Socialista

Que 2011 não seja apenas um ano a mais!

sábado, 1 de janeiro de 2011


Às amigas e aos amigos, leitoras e leitores, saúdo este novo ano com um poema:

Receita de ano novo

Carlos Drummond de Andrade

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.