Na última parte do balanço 2010 e, no último dia do ano, remeto minhas reflexões a uma análise dos fatos de violência contra o amor entre pessoas do mesmo sexo que, intensamente foi notada neste ano. O amor foi notado e espancado.
Agredir homossexuais por intolerância quanto a sua orientação sexual, infelizmente virou "moda" no ano de 2010. Já destaquei aqui, na primeira publicação desta série que, são fatos resultantes do processo de "conservadorização" de uma juventude (agressora) apática politicamente e intolerante socialmente.
Este ano, tivemos casos como o da Av. Paulista, a multa que o apresentador Datena sofreu por declarações homofóbicas e, muitos mais casos cotidianos nos grandes e pequenos municípios do país que, não foram e nunca serão noticiados mas, continuarão acontecendo se medidas não forem tomadas.
Criminalizar a homofobia com suas especificidades. Considerar que trata-se de um crime que atinge unicamente pessoas que amam outras do mesmo sexo é dar dignidade e cidadania a esta parcela espancada da população brasileira.
Garantir o acesso à direitos fundamentais é tarefa do Estado, e os legisladores, leia-se (vereadores, deputados e senadores) devem assumir a responsabilidade desta garantia, e fazer com que se cumpra o objetivo de um Estado laico de direito que respeite o amor.
Tramita no Congresso Nacional o PLC 122/2006 que, justamente faz a tentativa de criminalizar a homofobia mas, como tantos outros, tem encontrado morosidade na tramitação e resistência no debate e possível aprovação, mesmo com tantos fatos em 2010 que demonstraram a intolerância da sociedade brasileira cotra o amor, não conseguimos a aprovação da legislação.
Apesar disso, o Governo Lula garantiu no que lhe coube, avanços significativos como a criação do Conselho Nacional de Combate à Discriminação - CND, que terá o "nome social" de Conselho Nacional LGBT, para fazer o controle social da implementação das 166 ações do Plano Nacional de promoção da Cidadania e Direitos Humanos de LGBT.
Desafio nesta reflexão, a sociedade brasileira a debater e aprofundar as questões de cidadania LGBT , aos estados e aos municípios, em especial a Toledo, cidade onde faço minha luta cotidiana, fica o desafio da criação e, estruturação do Conselho Municipal de Combate à Discriminação.
E em 2011, vamos ampliar nossos horizontes, "desconservadorizar" nossas concepções, nos tratarmos como seres humanos e respeitar o amor.
Que 2011 seja o ano nacional do amor, livre, sem obstáculos, preconceitos ou violência.